
NO PALCO
COM
LOURDES
RAMALHO
ABRINDO A CORTINA
A presente expografia presta homenagem
a uma das maiores escritoras do Nordeste,
a atriz e cordelista Lourdes Ramalho.
Nela, embarcamos em uma viagem lírica
ao pensamento e a voz de uma das mais completas e respeitadas personalidades
do seu tempo.

O OLHAR DO TEATRO
Importante expressão do teatro paraibano, Lourdes Ramalho é uma
das mais significativas vozes da dramaturgia contemporânea brasileira.
A GRANDE VOZ DO TEATRO PARAIBANO
Nascida a 23 de agosto de 1920, no sertão de Jardim do Seridó, fronteira entre o Rio Grande do Norte e a Paraíba, Maria de Lourdes Nunes Ramalho viveu uma infância rodeada por artistas e educadores. Encontrou na poesia popular a sua fonte permanente de diálogo e inspiração, que a levaria aos caminhos do palco.
O cordel está no sangue. Neta de violeiro, seu bisavô herdou a viola do pai e sua mãe era educadora e dramaturga. Numerosa família, entre tios e primos, a levar a vida a escrever e a montar peças de teatro. Aos 12 anos, já esboçava os primeiros roteiros e dava vida a vários personagens, com o auxílio de familiares e amigos.
Aos 15 anos, abordou a falta de professores qualificados, a má qualidade da alimentação e as formas abusivas de ensino. Apresentada por ela, na festa de encerramento do ano letivo, a comédia causou discussão entre pais e professores, o que motivou sua expulsão do colégio interno no Recife.
Logo, em seguida, veio com a família para a Paraíba, onde, inicialmente, residiu em Santa Luzia. Mais tarde, mudaria novamente de endereço, onde, em Campina Grande, criaria seus maiores laços literários. O alcance dos seus textos e espetáculos teatrais rendeu inúmeras homenagens, indicações e premiações nacionais e internacionais.
Grande parte de sua obra é voltada para o teatro. O primeiro texto foi escrito em 1939, ainda na adolescência. A partir de então, buscou conciliar seu ofício criativo com o de educadora, onde encontrou espaço para suas atividades de animação cultural, voltadas especialmente para a cena teatral.
1948, ano do seu casamento, Lourdes Ramalho se despede da vida no palco. Abandona, em definitivo, a carreira como atriz e passa a residir em várias cidades do interior nordestino, para acompanhar de perto as atividades do marido. A partir daí, sobrevém, tão somente, o exercício de escrever e dirigir espetáculos de teatro.
Estimulado, no início da década de 1960, pelo Teatro Popular do Nordeste, com Ariano Suassuna e Hermilo Borba Filho, surge o Teatro do Estudante da Paraíba. Já na primeira metade dos anos de 1970, cresce o movimento em torno dos teatros Santa Roza, em João Pessoa, e Severino Cabral, em Campina Grande, onde ganham projeção Paulo Melo e Lourdes Ramalho.
Entre os anos de 1964 e 1966, a autora reside no Rio de Janeiro, quando integra a Sociedade Brasileira da Educação através da Arte, e passa a assistir aulas de teatro com Maria Clara Machado. De volta à Paraíba, cria o Sobreart local e mantém atividades do grupo teatral vinculado à associação. Nesse período, são apresentadas as peças “O príncipe valente”, “O pequeno herói” e “Ingrato é o céu”.
A década de 1970 é bastante promissora para a autora de “As velhas”, que começa a ganhar notoriedade no país. São mostras, também, dessa época, "Os mal-amados" e "A eleição", e outras peças premiadas, a exemplo de "Fogo-fátuo", "A feira" e, entre elas, “As velhas”, a mais consagrada obra do seu magnífico universo dedicado ao teatro.
Celebrada como grande dama da dramaturgia nordestina, Lourdes Ramalho seria premiada no Brasil, em Portugal e na Espanha, em inúmeros concursos e festivais de teatro. A partir da década de 1990, passaria, então, a se dedicar mais aos seus escritos em cordel.
No ano de 1992, a peça “Romance do conquistador”, escrita em versos para teatro, foi escolhida pela embaixada da Espanha para representar o Brasil na celebração dos 500 anos da chegada dos espanhóis à América. Em 1998, foi convidada, pela mesma embaixada, para prestar homenagem ao centenário do poeta e dramaturgo espanhol Federico Garcia Lorca.
Essa vitoriosa trajetória também inclui vários textos produzidos e dedicados ao público infantil, a exemplo das montagens “Dom Ratinho e Dom Gatão”, “Anjos de caramelada”, “Maria Roupa de Palha’’ e o “Diabo religioso”, onde a autora busca inspiração na sua infância e na doce convivência com seus filhos.
O ano de 2005 marcou a reinauguração de espaço dedicado à cultura, pela Prefeitura de Campina Grande, com o nome de Centro Cultural Lourdes Ramalho. Em 2011, seria homenageada na 2ª Jornada de Estudo Internacional sobre Poéticas da Oralidade: Lourdes Ramalho e o Teatro Popular, organizada pela UEPB.
Aos 94 anos, em 2018, foi homenageada pela Vila do Artesão, em Campina Grande, onde teve sua imagem grafitada pelo artista Thiago Vinícius. Também recebeu homenagem do projeto mãos na Vila, uma releitura da calçada da fama, que reproduz o nome do artista em mãos gravadas no barro.
Falecida no dia 7 de setembro de 2019, em Campina Grande, vítima de uma parada respiratória, a escritora produziu obras que se tornaram referência para a cultura nordestina. Entre as quais, se destaca a sua criação voltada ao cordel e a magnífica poesia que integra as páginas do livro “Flor de Cacto”.
Importante expressão do teatro paraibano, Lourdes Ramalho é uma das mais significativas vozes da dramaturgia contemporânea brasileira.
MEMÓRIA GUARDADA
Registros de uma vida, parte dela,
dedicada à família e ao magistério.
A outra parte, a acontecimentos
e bastidores que expressam e revelam caminhos apontados para
o exercício teatral.


















































NA INTIMIDADE
![]() | ![]() | ![]() |
---|---|---|
![]() | ![]() | ![]() |
![]() | ![]() | ![]() |
![]() |
MANUSCRITOS DA HISTÓRIA
![]() | ![]() | ![]() |
---|---|---|
![]() | ![]() | ![]() |
HOMENAGENS E ENTREVISTAS
![]() | ![]() | ![]() |
---|---|---|
![]() | ![]() | ![]() |
![]() | ![]() | ![]() |
![]() | ![]() | ![]() |
A OBRA ETERNIZADA
ESPETÁCULO "AS VELHAS"
Primeiro lugar no III Festival de Teatro Amador do Paraná. 1975.
Segundo lugar na I Mostra de Teatro Amador e Universitário da Paraíba. 1975.
Premiada pelo Serviço Nacional do Teatro. 1976.
Revelação do Projeto Mambembão. 1989.
Prêmio de Melhor Espetáculo no XII FITEI (Festival de Teatro de Expressão Ibérica). Portugal, 1990.

As Velhas
Registro do espetáculo AS VELHAS. Em cena, as atrizes Zezita Matos (interpretando Mariana) e Cida Costa (interpretando Ludovina). Fotografia de Graça Sousa


As Velhas (Foto: Agnes Cajaíba/Divulgação)
Foto Agnes Cajaíba - Labfoto


Espetáculo "As Velhas" no teatro Vila Velha
Montagem do Grupo Contratempo


Espetáculo dirigido por Luiz Marfuz
Espetáculo teatral "As Velhas", com direção de Duílio Cunha.
Registro da Rede UEPB
EM CARTAZ












UM DEDO DE PROSA DEDICADO
À LITERATURA INFANTO - JUVENIL
O PÁSSARO REAL

"As coisas que são feitas com verdade
nunca deixam de tocar as pessoas"
Lourdes Nunes Ramalho
BAÚ DE FANTASIAS

O TROVADOR ENCANTADO
dramaturgia
RAMALHO, Maria de Lourdes Nunes. O trovador encantado. Campina Grande, PB: RG, 1999.

TEATRO DE LOURDES RAMALHO
dramaturgia
RAMALHO, Maria de Lourdes Nunes. Teatro de Lourdes Ramalho: 2 textos para ler e/ou montar. organização de Valéria Andrade e Diógenes Maciel. Campina Grande, pb: Bagagem; Ideia, 2005.

AS VELHAS
dramaturgia
RAMALHO, Maria de Lourdes Nunes. As Velhas. Campina Grande: Bagagem, [s.d.].

TEATRO NORDESTINO
RAMALHO, Maria de Lourdes Nunes. Teatro nordestino: cinco textos para montar ou simplesmente ler. Campina Grande: [s.n.], 1980.

A FEIRA
O TROVADOR ENCANTADO
cordel
RAMALHO, Maria de Lourdes Nunes. A feira; O trovador encantado. Campina Grande: EDUEPB, 2011

CHARIVARI
Dramaturgia
RAMALHO, Maria de Lourdes Nunes. Charivari: texto teatral em cordel. Campina Grande: RG, 2002.

O NOVO PROMETEU E PRESÉPIO MAMBEMBE
dramaturgia
RAMALHO, Maria de Lourdes Nunes. O novo Prometeu e Presépio Mambembe: dois textos teatrais. Campina Grande: RG, 2001.

TEATRO POPULAR
dramaturgia
RAMALHO, Maria de Lourdes Nunes. Teatro popular: três textos. [S.l: s.n.], [s.d].

TEATRO INFANTIL
dramatugia
RAMALHO, Maria de Lourdes Nunes. Teatro infantil: coletânea de textos infanto juvenis. Campina Grande: RG, 2004.

O MENINO E A GOTA
poesia
RAMALHO, Maria de Lourdes Nunes. O menino e a gota. Campina Grande: Bagagem, 2007.

MARIA ROUPA DE PALHA
dramatugia
RAMALHO, Maria de Lourdes Nunes. Maria Roupa de Palha e outros textos para crianças.Organização de Valéria Andrade; Ana Cristina M. Lúcio. Campina Grande: Bagagem, 2008.

TEATRO [quase completo]
de LOURDES RAMALHO VOL.1
dramatugia
ANDRADE, Valéria; MACIEL, Diógenes (org.). Teatro [quase completo] de Lourdes Ramalho: Teatro em Cordel. Maceió: EDUFAL, 2011.

TEATRO [quase completo]
de LOURDES RAMALHO VOL.2
dramatugia
ANDRADE, Valéria; MACIEL, Diógenes (org.) Teatro [quase completo] de Lourdes Ramalho: Mulheres. Maceió: EDUFAL, 2011.

FLOR DE CACTUS
poesia
RAMALHO, Maria de Lourdes Nunes. Flor de cactus. Campina Grande: Universidade Regional do Nordeste, [s.d.]

FLOR DE CACTO: viagem ao ignoto
poesia
RAMALHO, Maria de Lourdes Nunes. Flor de cacto: viagem ao ignoto. 2ed. Campina Grande: Latus, 2012.

RAÍZES IBÉRICAS, MOURAS E JUDAICAS
DO NORDESTE
genealogia
RAMALHO, Maria de Lourdes Nunes. Raízes ibéricas, mouras e judaicas do Nordeste. João Pessoa: Editora Universitária, 2002.

LANÇAMENTO
Sexta-feira 21 de Agosto, 20h
"Chã dos esquecidos"
Maria de Lourdes Ramalho
Organização aparato crítico de
Diógenes Maciel e Valéria Andrade
Edição comemorativa do centenário
(1920 - 2020)
Editora A União / Eduepb

FONTES
Acervo Pessoal de Fernando Moura
Acervo da Família de Lourdes Ramalho
Acervo do Museu de Arte Popular
Acervo da Biblioteca Leandro Gomes de Barros - FCJA
SITES
https://www.paraibacriativa.com.br/
https://www.dsc.ufcg.edu.br/
https://www.teatronaescola.com
https://www.jornaldaparaiba.com.br/
https://www.skoob.com.br/
https://www.facebook.com/lourdesramalhoteatro
AGOSTO DAS LETRAS, edição 2020
Expografia No Palco, com Lourdes Ramalho
TATIANA CAVALCANTE Coordenação projeto Agosto das Letras
NADIGÍLA CAMILO Coordenação e pesquisa
JUCA PONTES Curadoria
RUAN COSTA Assessoria de tecnologia
JOSEILDA DINIZ Consultoria
Agradecimentos
FAMÍLIA RAMALHO, DIÓGENES MACIEL, VALÉRIA ANDRADE, HIPÓLITO LUCENA,
CHICO PEREIRA, RANGEL JÚNIOR
Portal criado e lançado durante a programação do evento Agosto das Letras, em 20 de Agosto de 2020.